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Chefe do Executivo aponta resultados positivos na retrospectiva de 10 anos da RAEM


O Chefe do Executivo, Edmund Ho, disse hoje (18 de Novembro), por ocasião do encontro com a comunicação social do território, após o balanço de trabalhos do governo nos últimos dez anos, que, objectivamente, foram alcançados alguns resultados na Região Administrativa Especial de Macau, graças ao apoio do governo central, bem como à cooperação e esforço conjunto da equipa governativa, dos funcionários públicos e de toda a população, que defende o princípio de “um país, dois sistemas”. Edmund Ho adiantou que não é possível conseguir uma pontuação máxima em todas as áreas mas, pese embora certas insuficiências e falhas apontadas publicamente, a última década de trabalho excedeu os resultados esperados e tidos como possíveis à partida, se se considerar que o governo da Região Administrativa Especial de Macau teve de começar do zero e com algumas condições negativas. Qualquer governo tem limitações já que é composto por pessoas e elas não são perfeitas. E, mesmo que os governantes e quadros dirigentes da função pública tenham um elevado nível de exigência no seu desempenho, é preciso dar-lhes algum tempo para progredirem e tentarem fazer o seu melhor. Temos de ser realistas e tentar entender o que se pode fazer e obter em dez anos (Roma e Pavia não se fizeram num dia), frisou. E, acrescentou que, muito embora os dirigentes tentem sempre dar resposta eficaz e atempada às questões, o trabalho do governo têm naturalmente pausas e avanços, devido às condicionantes subjectivas e objectivas e aos factores exógenos, bem como à sua indispensável correlação com aspectos gerais da sociedade. Na área do Jogo, o mesmo responsável considerou que qualquer avaliação sobre a liberalização é prematura uma vez que o sector se transformou, em pouco tempo, numa grande indústria, ou seja, somente cinco anos, a partir de 2005 até à presente data. Todavia, o impacto do fim do monopólio no desenvolvimento económico de Macau se, por um lado, teve alguns problemas e custos sociais, no seu cômputo geral é positivo. Por isso a sua avaliação tem de ser faseada e, provavelmente, precisa de mais uma geração para poder ser feita com o maior rigor e objectividade, adiantou. Quando interpelado sobre a questão mais recente da concessão de terrenos a uma operadora do Jogo, o Chefe do Executivo lembrou que o governo, além de agir em total conformidade com o lei, tem de ter em consideração os problemas que afectam o desenvolvimento desta indústria, sem nunca privilegiar uma concessionária em detrimento das restantes. Todavia, depois da decisão sobre a liberalização do sector Jogo em Macau em 2002, a Galaxy Entertainment Group, Lda, foi, então, a única entidade a manifestar interesse em investir e desenvolver a actividade no Cotai, o que foi tido como factor importante aquando da concessão da licença de exploração. Posteriormente, por ocasião do processo das subconcessões, o governo lembrou às duas operadores – Venetian e Galaxy – que tinham de cumprir o estipulado no contrato sobre o desenvolvimento no istmo entre a Taipa e Coloane, explicou. Edmund Ho concluiu que depois da decisão de proceder a ajustamentos para desacelerar o desenvolvimento da indústria do Jogo em 2008, não é possível corresponder às solicitações e satisfazer os pedidos de celeridade de concessão de terrenos a outras operadoras. Interpelado sobre as relações com Portugal, o responsável máximo do Executivo de Macau disse verificar com grande satisfação que persistem os laços estreitos na cooperação e intercâmbio, tanto a nível governamental como económico-comercial e cultural, entre outros, fruto do esforço anterior de dois países, a China e Portugal, que contribuiu para ampliar o espaço de evolução das relações entre Macau e Portugal na última década. E, adiantou que a Lei Básica estipula claramente a garantia de utilização da língua e cultura portuguesa. A intersecção das culturas da China e de Portugal representa não só um legado histórico como um valor da singularidade de Macau. O Chefe do Executivo salientou que o reconhecimento e aceitação plena da coexistência destas duas culturas na sociedade da Região Administrativa Especial ultrapassaram as suas expectativas. A inclusão do Centro Histórico de Macau na lista de Património Mundial da UNESCO e o papel de Macau como plataforma de cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa concorreram para cimentar ainda mais vivência das duas culturas como parte integrante da riqueza cultural e uma mais-valia para o reforço da imagem, harmonia e promoção das indústrias culturais do território, concluiu o mesmo responsável.