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Medidas de incentivo à poupança de água e contra o impacto da salinidade


Wong Soi Man, directora da Capitania dos Portos e coordenadora do Grupo de Trabalho para a Construção de uma Sociedade Economizadora de Água (doravante designado por Grupo), revelou que o governo tem aplicado medidas contra a salinidade da água, a fim de garantir a segurança no abastecimento de água potável à população, especialmente à comunidade mais carenciada. Disse também que durante a maré salgada, o governo vai pôr em prática uma série de medidas para explorar fontes de poupança água, nomeadamente com o plano que visa uma compensação pecuniária para os consumidores como forma de incentivar a participação da população e de promover acções de sensibilização. O subgrupo de emergência realizou, entretanto, hoje (9 de Novembro), uma reunião sobre as marés salgadas, durante a qual foram analisados, detalhadamente, os trabalhos preparatórios de prevenção, aplicação de medidas de poupança de água e o projecto contra a salinidade de água. Após a reunião e em conferência de imprensa, o Grupo divulgou as medidas e os respectivos projectos. Wong Soi Man afirmou que se a salinidade da água canalizada se mantiver, por mais de cinco dias seguidos, no nível médio (amarelo - salinidade: superior a 250), o Grupo executará medidas de subvenção e alívio do impacto da salinidade de água, a fim de minimizar o efeito da maré salgada na população idosa, doentes e comunidade mais carenciada. E, o governo vai através do Instituto de Acção Social (IAS), executar as medidas de subvenção e alívio do impacto da salinidade de água, incluindo um subsídio mensal no valor de cem patacas por pessoa, destinado à aquisição de água engarrafada, para diluir com a água da rede, aos beneficiários do subsídio regular desse Instituto e aos indivíduos que beneficiaram no corrente ano do apoio de prestação única atribuída pelo IAS a três tipos de famílias desfavorecidas. Entretanto, será ainda concedido um subsídio mensal, no valor de centenas ou milhares de patacas, às 134 instituições sociais subsidiadas regularmente pelo IAS, incluindo creches, lares de idosos e de pessoas portadoras de deficiências, entre outras, para a aquisição de água potável. E, as autoridades distribuirão água engarrafada às pessoas que participaram no Programa de Apoio Alimentar de Curto Prazo. Tendo em conta as necessidades dos idosos que vivem sozinhos, que sofrem de doenças crónicas e pessoas com dificuldades de mobilidade, o Grupo vai convidar algumas associações e instituições sociais, para apoiar na distribuição de água engarrafada aos necessitados. Explicou que a água engarrafada é fornecida pela Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau, um dos membros do Grupo. Referiu que se estima em cerca de 35 mil as pessoas que poderão beneficiar das medidas acima referidas, cujo montante mensal atribuído deverá envolver um total de 1,85 milhões patacas. A mesma responsável referiu que o Grupo lançou hoje o plano de compensação pecuniária para os consumidores, para que a população se sinta incentivada a poupar água e a combater em conjunto a salinidade. Macau conta actualmente com 176 mil utilizadores domésticos de água da rede geral de abastecimento. O consumo doméstico atinge metade do total do consumo de água no território, por isso, a poupança de um recurso tão vital é fundamental para a construção de uma sociedade economizadora de água. Disse que o Grupo espera que, através deste plano, se possa incentivar às famílias a uma maior poupança de água e que ela se enraíze como um hábito no dia-a-dia da população. E, explicou que, desde o início deste mês até ao final de Fevereiro do próximo ano, os utilizadores que reduzam em 10 por cento, ou mais, o volume de consumo de água, comparativamente ao período homólogo do ano passado, terão um desconto, cujo valor máximo será de 50 patacas por cada consumidor. A mesma responsável esclareceu que todos os residentes de Macau se encontram habilitados a participar automaticamente no plano que prevê premiar a poupança no consumo doméstico de água. A directora da Capitania dos Portos, Wong Soi Man, apelou aos residentes de Macau para a reutilização da água e a redução do consumo de água, com um dos meios de combate à ameaça dos níveis elevados de salinidade da água. A mesma responsável disse ainda que, durante o período de níveis mais elevados de salinidade, o governo vai actuar para reduzir o consumo dos recursos hídricos e procurar mais recursos no sector de arborização e florestação, instalações públicas e nos espaços destinados a actividades desportivas. Referiu que o uso de recursos não convencionais como água da montanha e do lago, para regar, lavar os canais e outras utilidades, a redução do tempo de rega nos jardins, dos horários de funcionamento das fontes e tanques, como optar por plantar vegetação que precisa menos água, são acções que ajudam a poupar água. Além disso, alertou para a necessidade de se reforçar a verificação das fugas de água na rede e canalizações e assim evitar o desperdício dos recursos hídricos. Sublinhou que o Grupo vai ainda realizar campanhas de sensibilização que promovam e consciencializem para a redução do consumo de água, através dos diferentes meios de comunicação social (televisão, rádio, jornais) e outras vias, nomeadamente folhetos informativos. Revelou que, a partir da segunda quinzena deste mês, a equipa deslocar-se-á a diferentes zonas comunitárias para promover a importância de controlar devidamente e reduzir o consumo a água, bem como alguns equipamentos e instrumentos que podem contribuir para a poupança de água, incluindo demonstrações públicas sobre forma de instalação e utilização dos mesmos. Face à ameaça de aumento dos níveis de salinidade da água e gravidade crescente da situação, o governo definiu medidas de curto, médio e longo prazo há já alguns anos. Nos últimos anos, foram postas em prática as disposições de emergência a curto parzo, designadamente com a conclusão dos trabalhos da obra da ampliação da estação de bombagem de Pinggang, desvio da água de Oeste para Este e a construção da terceira conduta de abastecimento para fornecer mais água a Macau e reforçar os meios de intervenção contra a salinidade da água. Entretanto, a construção em curso do reservatório Zhuyin, em Zhuhai, cujas obras deverão ficar concluídas no fim do próximo ano, constitui uma das medidas a médio prazo. Macau insere-se no eixo hídrico da Garganta de Daiteng e a conclusão do respectivo projecto pode concorrer para a solução dos problemas da salinidade da água, bem como garantia da segurança dos recursos hídricos.