O Comissariado contra a Corrupção descobriu um trabalhador da Administração Pública suspeito de ter praticado, em conluio com um familiar seu e em processos de aquisição de bens e serviços, mais de 300 ilicitudes, designadamente abuso de poder, falsificação de documento, burla, participação económica em negócio, corrupção activa e passiva e peculato. Concluído o respectivo inquérito, o caso foi hoje (dia 29) encaminhado para o Ministério Público. No caso está envolvido um comerciante de apelido Lao. Entre 2002 e 2008, ter-se-á conluiado com um familiar seu que desempenhava um cargo de chefia num serviço público, para obter, por meios irregulares, a concessão de cerca de 300 projectos de obras e aquisição de bens e serviços, uns grandes e outros pequenos, num valor total superior a 10 milhões de patacas. No decorrer da investigação, o CCAC encontrou alegadas propostas de preços e carimbos de empresas falsificados, cheques envolvidos na corrupção activa e passiva, registos relativos a cálculos de subornos e a distribuição de vantagens e uma grande quantidade de documentos. Suspeita-se ainda da apropriação ilegítima de um computador portátil, impressora, dicionário electrónico e telemóveis adquiridos em nome de serviço. Sobre o cônjuge dum trabalhador de Administração Pública pende a suspeita de violação do regime da declaração de rendimentos e interesses patrimoniais.