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Novo campus da UM na Ilha de Hengqin fica sob a jurisdição da RAEM


O Comité Permanente da 11.ª Assembleia Popular Nacional aprovou, no dia 27 de Junho de 2009, no decurso da sua 9.ª reunião, a proposta relativa à delegação na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) da jurisdição sobre a área do novo campus da Universidade de Macau (UM) na Ilha de Hengqin. De acordo com a proposta aprovada, a zona do novo campus da Universidade de Macau na Ilha de Hengqin ficará sujeita à jurisdição da RAEM de acordo com a lei da mesma. Os representantes da UM afirmaram que a aprovação desta proposta manifestou a importância atribuída pelo Governo Central à formação de quadros qualificados para a RAEM, reflectiu o firme apoio prestado pelo Governo da RAEM ao desenvolvimento da UM e demonstrou o respeito do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional pelas opiniões e sugestões apresentadas pela população de Macau e pelos estudantes, professores e funcionários da UM no processo de consulta sobre o projecto. O novo campus irá fornecer um ambiente académico e instalações adequados para a UM se empenhar na realização dos objectivos de uma educação de qualidade ao nível da licenciatura e de uma investigação científica inovadora, tornando assim a UM numa universidade de excelência a nível mundial. O presidente do Conselho da UM afirmou que o campus na Ilha de Hengqin irá trazer benefícios para a construção de uma universidade com padrões internacionais e para a formação de excelentes líderes para Macau e para o resto do país. Para além disso, irá fomentar a cooperação na área do ensino superior entre Guangdong, Hong Kong e Macau, no âmbito das Linhas Gerais do Plano da Reforma e Desenvolvimento da Região do Delta do Rio das Pérolas e contribuir para a promoção de uma economia adequadamente diversificada em Macau, de harmonia com o Plano do Desenvolvimento Geral da Ilha de Hengqin recentemente aprovado pelo Conselho de Estado. O Reitor da UM, Professor Doutor Wei Zhao, afirmou que a deslocação da UM para a Ilha de Hengqin trata-se de uma rara oportunidade sem precedentes, e um grande e novo evento que é benéfico para o desenvolvimento estratégico da UM no longo prazo. De acordo com o dirigente da instituição, apesar de ser uma universidade jovem com apenas 28 anos de história, a UM já goza de uma reputação no país e no estrangeiro e o apoio do Governo Central representa um reconhecimento pelos esforços do pessoal da UM nas últimas duas décadas. A UM irá manter as suas filosofias e características educativas, assim como o seu sistema de governação e as políticas do ensino, investigação e administração no novo campus, constituindo assim uma complementaridade ao sistema do ensino superior no Interior da China e acelerando um desenvolvimento conjunto. O novo campus ficará situado na costa oriental da Ilha de Hengqin, ao sul da Ponte Lótus, separado de Macau por uma faixa de água, com uma área de aproximadamente um quilómetro quadrado. O mesmo será ligado a Macau por um túnel que funcionará 24 horas por dia, através do qual os professores, estudantes, funcionários, residentes e visitantes de Macau poderão entrar e sair do campus sem passar pelo controle de fronteira, tal como estão a fazer presentemente. Vinte vezes maior que a actual dimensão da UM, o novo campus terá capacidade para 10,000 estudantes, correspondendo assim à dimensão prevista no plano de desenvolvimento para os próximos dez anos da instituição. O novo campus, com amplo espaço, irá permitir à UM dedicar-se ao desenvolvimento de uma educação de qualidade ao nível da licenciatura e da realização de investigação científica inovadora, nomeadamente:
1) No ensino: está prevista a expansão das actuais 5 faculdades para 8 faculdades, com maior cobertura de disciplinas académicas e mais escolhas para os graduados das escolas secundárias de Macau. 2) Na vida universitária: será estabelecido o sistema de 10 colégios residenciais. Através de convívio com estudantes de diferentes origens culturais e de diversos níveis e áreas de estudos, e através da interacção com os colegas e professores, os estudantes residentes nos colégios poderão entrar em contacto com diversas culturas, modos de vida, e maneiras de pensar. Assim, a Universidade poderá atingir o seu objectivo de uma “educação global”. 3) No desenvolvimento da investigação: serão estabelecidas três bases de investigação científica abertas nas áreas da informação e electrónica, ciências medicinas e farmacêuticas, e a energia e ambiente, respectivamente, para promover o intercâmbio e cooperação entre a UM e as outras universidades em Macau, na Região do Rio das Pérolas e em todo o país. Simultaneamente, a UM irá esforçar-se na industrialização dos resultados da investigação científica, criando assim oportunidades para a diversificação apropriada das economias de Guangdong e de Macau. O novo campus da UM na Ilha de Hengqin será um campus amigo do ambiente e energeticamente eficiente, com a utilização de novas tecnologias, técnicas, materiais de construção para um desenvolvimento sustentável. O seu design é orientado para as pessoas, corresponde às finalidades educativas da UM e visa criar um ambiente confortável e liberal, em vez de apresentar uma aparência magnificente. Aproveitando as vistas naturais das montanhas e do mar, o estilo arquitectónico do novo campus será caracterizado por uma combinação dos estilos oriental e ocidental, reflectindo assim a cultura da Região Lingnan do Sul da China, e simultaneamente a tradição do Sul da Europa. O novo campus pretende tornar-se não só simbólico em Macau e na Ilha de Hengqin, assim como também num campus de referência com características distintas entre todas as universidades do mundo. Para além disso, o projecto do campus irá reflectir as características educativas da UM e realçar um formato de múltiplos níveis nas construções dos colégios residenciais. Está previsto que a construção será concluída no período de três anos. Depois da conclusão da construção, a transferência será realizada de forma ordenada em diferentes fases. Finalmente, o campus actual da UM será utilizado para actividades pedagógicas, de investigação e recreativas que estejam estreitamente ligadas à comunidade de Macau. Sendo a instituição líder na área do ensino superior público em Macau, a UM tem o dever de formar quadros qualificados para a comunidade local. Com vista à realização desta missão, serão indispensáveis factores como um corpo docente qualificado e recursos económicos suficientes. Porém, será igualmente importante ter um ambiente que seja compatível com as filosofias educativas da UM e um espaço que seja suficiente para a realização das actividades de ensino e investigação. A atribuição dos terrenos à UM pelo Governo Central e a delegação do poder pelo Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional veio exactamente resolver o problema de falta de espaço que perturba o desenvolvimento da instituição há muitos anos. O actual campus da UM tem apenas 8 metros quadrados por estudante, nível muito inferior ao critério básico de 67 metros quadrados por pessoa estabelecido pelo Ministério da Educação Chinês. Esta situação de “uma universidade sem campus” faz com que seja impossível prosseguir as finalidades educativas da instituição. Desde 2002 a UM tem vindo a procurar encontrar terrenos disponíveis para um novo campus, mas não teve sucesso devido à limitada área do território de Macau com alta densidade populacional. Em Fevereiro de 2006, a Assembleia Legislativa da RAEM aprovou o Regime Jurídico da UM, que estabeleceu o novo estatuto legal da instituição. Com base nesta nova lei, a UM apresentou, em 2007, várias propostas ao Governo da RAEM sobre a utilização de terrenos para a expansão do campus, nenhuma das quais, porém, se afigurava viável por várias ordens de razões. No mesmo ano, a UM elaborou o seu plano de desenvolvimento estratégico para os próximos 10 anos, com o qual se tornou mais urgente a obtenção de terrenos para um novo campus. Em Maio de 2007, no decurso da reunião conjunta da Assembleia e do Conselho da Universidade presidida pelo Chefe do Executivo, foi discutida, pela primeira vez, uma proposta no sentido de considerar a possibilidade de construir um campus na Ilha de Hengqin. Em meados de 2008, depois de ter efectuado uma inspecção nesta Ilha, o Conselho da Universidade apresentou uma proposta formal ao Governo da RAEM acerca da construção de um campus na Ilha de Hengqin. Após uma visita a Macau em Janeiro de 2009 do Sr. Xi Jinping, Vice-Presidente da República Popular da China, a UM tomou conhecimento de que um novo campus nesta Ilha pudesse ser o primeiro projecto experimental no âmbito do desenvolvimento conjunto da Ilha pela Província de Guangdong e a RAEM, e começou imediatamente a efectuar revisões à sua proposta. A partir de Fevereiro, a UM realizou 21 sessões de consulta e esclarecimento no interior da instituição e junto das entidades externas. Com base nas opiniões recolhidas na consulta, o Conselho da Universidade realizou deliberações pormenorizadas, e aprovou o relatório intitulado “Concepções e Ideias Preliminares sobre Construção do Campus da UM na Ilha de Hengqin”, tendo depois submetido este documento ao Governo da RAEM o qual prestou muita importância a esta proposta tendo entregue no dia 24 de Abril de 2009 ao Conselho de Estado um relatório, solicitando ao Governo Central para consentir a construção do novo campus da UM na Ilha de Hengqin em Zhuhai e delegar na RAEM a jurisdição sobre a área do novo campus. No dia 22 de Junho o Conselho de Estado apresentou ao Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional a proposta relativa à delegação na RAEM da jurisdição sobre a área do novo campus da UM na Ilha de Hengqin, a qual foi aprovada pelo mesmo Comité no dia 27 de Junho de 2009.