De acordo com os resultados do Inquérito de Conjuntura ao Sector Industrial Exportador (I.C.S.I.E.) no 4º trimestre de 2008, a duração média mensal da Carteira de Encomendas das empresas do sector industrial inquiridas em Janeiro de 2009 era de 2,77 meses, reduziu 7,0% e 16,1%, em relação ao trimestre anterior (2,98 meses) e ao período homólogo do ano passado (3,3 meses), respectivamente. A carteira de encomendas detida pelo sector de “Vestuário e Confecção” era de 2,99 meses, enquanto a de “Outros Sectores” era de 1,67 meses. Das encomendas detidas, e por mercado de destino, embora as perspectivas de evolução das exportações futuras sejam poucas favoráveis, os EUA e a UE são, relativamente, os mercados mais favoráveis, seguindo-se o Canadá. Entretanto, os mercados de destino como Outros Paíse da Europa, África e Médio Oriente, têm demonstrado comportamentos menos satisfatórios, com uma fraca carteira de encomendas. No contexto das perspectivas de evolução das exportações para os próximos seis meses, verifica-se uma diminuição considerável na percentagem das empresas com perspectiva favorável, passando de 25,8% no período homólogo do ano anterior e 9,5% no trimestre anterior para 3,8% no trimestre em causa (diminuiu consideravelmente 22,0 e 5,7 pontos percentuais, respectivamente), sendo todas de ligeiro crescimento. Em contrapartida, 84,8% das empresas antecipam uma situação menos favorável, aumentou 22,8 e 53,3 pontos percentuais, face aos verificados no trimestre anterior e no mesmo período de 2007, respectivamente. Das quais, 33,6% apontam para um ligeiro decréscimo e 51,2% para um forte declínio. As empresas que prevêem uma situação de estagnação diminuiu de 28,5%, verificado no trimestre anterior, para 11,2% neste trimestre. Dados estes, traduzem que os empresários inquiridos assumem uma posição relativamente pessimista face às exportações futuras. No tocante ao mercado de trabalho, e em termos de mão-de-obra afecta ao sector industrial exportador, as empresas inquiridas observaram uma redução de 18,7% e 26,7%, face ao trimestre passado e ao período idêntico de 2007, respectivamente. De entre as quais, 34,2% afirmaram terem enfrentado uma maior insuficiência de trabalhadores, sendo um nível inferior aos 46,2%, verificados no trimestre anterior, e aos 62,8%, verificados no período homólogo de 2007; destacando-se o sector de “Vestuário e Confecção”, com uma representação de 36,0% no seio do mesmo, inferior aos 46,0% do trimestre passado e aos 63,7% verificados no mesmo trimestre de 2007, respectivamente. Com base nos resultados do Inquérito, no desempenho das actividades de exportação no 4º trimestre de 2008, as percentagens das empresas inquiridas que registaram dificuldades nos domínios de “Insuficiente Volume de Encomendas” e “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” foram de 71,8% e 70,6%, respectivamente, existindo ainda outros factores problemáticos, tais como o de “Preços Elevados das Matérias-Primas” (67,0%), “Insuficiência de Trabalhadores” (33,9%) e “Salários Elevados” (31,7%). Das referidas dificuldades, as empresas apontaram os aspectos de “Insuficiente Volume de Encomendas” (28,9%), “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (21,0%) e “Preços Elevados das Matérias-Primas” (8,7%) como as dificuldades mais significativas. Projectando os próximos três meses, as empresas do sector industrial inquiridas identificam “Insuficiente Volume de Encomendas” (56,6%), “Preços Elevados das Matérias-Primas” (53,7%) e “Preços Mais Competitivos Praticados no Estrangeiro” (52,3%) , como principais motivos de preocupação no desempenho do seu ramo de actividade.