Na noite de 12 de Dezembro de 2010, os Serviços de de Saúde foram notificados pelos Serviços de Urgência do Hospital Kiang Wu que diversos indivíduos apresentarem sintomas de intoxicação alimentar após terem ingerido peixe baiacu. Após as diligências efectuadas apurou-se que, pelas 5h00 da manhã do dia 12, três indivíduos com idades compreendidas entre os 40 e 60 anos, pescaram um peixe baiacu na Ilha Guishan da cidade Zhuhai, tendo-o consumido num restaurante local depois do mesmo ter sido cozinhado. No percurso do regresso para Macau, em Xiangzhou, aqueles apresentaram diversos sintomas, tais como tontura, paralisia dos lábios, corpo quente e astenia, dois dos quais desenvolveram sintomas mais graves já em Macau e tendo deslocado aos Serviços de Urgência do Hospital Kiang Wu pelas 16h e 17h do mesmo dia, respectivamente. O terceiro, residente em Zhuhai deslocou-se ao médico local. De acordo com os sintomas apresentados, estado clínico e características epidemiológicas, suspeitou-se inicialmente de um caso de intoxicação alimentar, causada por peixe baiacu. Actualmente, os doentes encontram-se em estado satisfatório após terem sido submetidos a tratamento de suporte e não correm risco de vida, necessitando apenas de serem admitidos no Hospital para observação. De acordo com os Serviços de Saúde, o baiacu é um peixe venenoso, em que alguns dos músculos não possuem toxina. A toxicidade do peixe baiacu é geralmente causada pela tetrodotoxina que é uma toxina estável ao calor, não podendo ser destruída após a fervura. As pessoas intoxicadas desenvolvem, num primeiro estado, a dormência ligeira dos lábios e da língua após a ingestão do peixe baiacu. O sintoma subsequente é o aumento de parestesia de face e extremidades, que pode ser acompanhada de sensação de leveza ou flutuação. Dor de cabeça, dor epigástrica, náusea, diarreia e/ou vómito, dificuldade em andar podem ainda ocorrer nesta fase. Na segunda fase de intoxicação alimentar, os doentes apresentam sintomas como o aumento da paralisia, fraqueza física generalizada, associada a dificuldades respiratórias. A fala é afectada e os doentes começam a ter dispneia, cianose e hipotensão arterial. Podem ocorrer sintomas mais graves como convulsões, insanidade e arritmia. O doente, embora totalmente paralisado, permanece consciente e lúcido até o período próximo da morte. Em conformidade com os dados estatísticos, o óbito ocorre dentro de 4 a 6 horas, com a variação de cerca de 20 minutos a 8 horas. Nas regiões vizinhas, existem muitos casos de intoxicação alimentar por consumo de peixe baiacu e a taxa média de mortalidade atinge 59%. Os Serviços de Saúde alertam aos cidadãos para os eventuais riscos de intoxicação alimentar causados pelo consumo indevido do peixe baiacu, caso não possuam larga experiência no tratamento adequado à sua confecção.
