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Dirigentes lusófonos elogiam Fórum de Macau


Os sete líderes das delegações lusófonas à III Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa usaram da palavra na cerimónia de abertura e foram unânimes a afirmar o papel relevante do evento. O Presidente da República Democrática de Timor-Leste, Ramos-Horta, sublinhou que o Fórum “é uma estrutura dinâmica, flexível e empreendedora”, acreditando que “o Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial que sairá da III Conferência Ministerial irá aprofundar e enriquecer a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com vantagens para todas as partes”. Ramos-Horta apontou que “o Fórum de Macau já beneficiou 400 quadros técnicos e profissionais de Timor-Leste com acções de formação. E, desde 2003, ano da primeira edição, Timor-Leste tem beneficiado da actividade do Fórum em termos de cooperação a nível económico e empresarial, dos recursos humanos, intergovernamental e agrícola, bem como da construção de infra-estruturas e captação de investimento directo estrangeiro”. O dirigente timorense recordou ainda que “Macau expressou das mais diversas formas, desde 2000, o seu apoio a Timor-Leste - na compra de equipamentos, no financiamento de quadros timorenses, no acolhimento de jovens estudantes. Universitários timorenses têm tido os estudos - na Universidade de Macau e noutras instituições de ensino superior - financiados com a atribuição de 25 bolsas de estudo pelos governos da China e de Macau.” O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, por sua vez, afirmou na sessão de abertura, que “a 3.ª Conferência Ministerial do Fórum, a primeira com a participação de chefes de Estado e de Governo, constitui uma oportunidade extraordinária para promover o aumento do comércio e do investimento entre a China e o conjunto dos países de língua oficial portuguesa. Uma oportunidade que nenhum de nós pode desperdiçar. É essencial que desta 3.ª conferência resultem decisões e propostas concretas, que os nossos operadores económicos possam utilizar de forma ágil, produtiva e inclusiva.” José Sócrates realçou que “Portugal confirma Macau como ponte especial, como plataforma única, entre a China e o mundo da Lusofonia, mas também, entre o Oriente e o Ocidente, nomeadamente entre a Europa e a Ásia, e que a criação do Fórum, em 2003, concedeu ainda maior relevância política e económica a esta Região Administrativa Especial. “Os países de língua portuguesa têm vindo a utilizar cada vez mais os vínculos especiais para incentivar o desenvolvimento económico e o bem-estar dos seus povos”, acrescentou o dirigente português. O primeiro-ministro da República da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, por sua vez, disse estar optimista e acreditar que “desta Conferência sairão decisões que irão ao encontro das nossas reais expectativas, em termos de fortalecimento da nossa amizade e da nossa cooperação económica e comercial. “O terceiro Plano de Acção a adoptar no decurso desta 3ª conferência, irá decorrer num horizonte temporal caracterizado por uma atmosfera excepcionalmente boa para os diferentes países participantes no Fórum, que assim poderão tirar partido da situação económica bastante favorável que se prevê para África e para a Ásia”, adiantou. Carlos Gomes Júnior afirmou ser esta “uma oportunidade para reforçarmos as nossas trocas comerciais e aumentar os fluxos de investimentos, sobretudo o investimento directo chinês nos Países de Língua Portuguesa, de modo a potenciar esse crescimento e torná-lo mais forte, sustentado e duradouro.” Entretanto, o primeiro-ministro da República de Moçambique, Aires Aly, destacou que “desde a criação deste Fórum em 2003, registamos avanços assinaláveis no implemento de decisões tendentes a conferir um papel de cada vez maior visibilidade ao nosso Fórum no concerto das Nações, reconhecido que é o seu papel na promoção da cooperação internacional para o desenvolvimento.” E, assinalou que “Moçambique testemunhou uma nova dinâmica na sua cooperação com os Países participantes do Fórum Macau, em particular com este segmento da República Popular da China, nos domínios da educação e capacitação técnica, saúde, agricultura, infra-estruturas, finanças, comércio, investimentos e empresarial.” O dirigente assegurou ter a firme convicção de que “o Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial para o período de 2010-2013, a ser adoptado nesta Sessão do Fórum, vai dar um novo impulso e abrir maiores horizontes à nossa cooperação.” Quanto ao ministro do Estado e das Infra-estruturas, Transportes e Telecomunicações de Cabo Verde, Manuel Inocêncio Sousa, referiu que “o governo do seu país vem investindo no desenvolvimento do Fórum de Macau, considerado um mecanismo inovador de cooperação económica e empresarial e complementar das relações bilaterais, com potencial para elevar os patamares de parceria diversa entre os países participantes. “Hoje estamos a viver um momento importante no devir do Fórum, que, mau grado a adversidade da conjuntura económica e financeira internacional, continuou trilhando o caminho do desenvolvimento, e valorizamos a justo título o apoio decisivo da China e da RAEM ao funcionamento e desenvolvimento do Fórum, convidando todas as partes presentes a investirem ainda mais na sua projecção como factor dinâmico e propiciador de fluxos convergentes entre as economias dos países participantes, numa ocasião em que retarda a retoma do crescimento global”, concluiu o dirigente cabo-verdiano. O representante do Presidente, subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Pedro Luiz Carneiro de Medonça, referiu que o seu país vê positivamente o Fórum de Macau pelo seu “papel na cooperação para o desenvolvimento dos países de língua portuguesa na África e na Ásia e para o acercamento da cooperação entre os países lusófonos e a China”. O mesmo responsável fez votos de inclusão no Fórum de novas áreas de cooperação, como educação e saúde e acrescentou que “o Brasil considera significativa a ampliação dos objectivos do evento e continuará prestando sua contribuição, com espírito construtivo, à materialização desses objectivos, com vistas a conferir ao Fórum um papel cada vez mais relevante na cooperação e no intercâmbio entre os Países de Língua Portuguesa e a República Popular da China.” O ministro da Economia de Angola, Abrahão Gourgel, defendeu, na sua intervenção, “que os países participantes no Fórum de Macau, para enfrentarem com sucesso os desafios decorrentes de um mundo cada vez mais globalizado e caraterizado por assimetrias substanciais no plano económico e social, devem fortalecer a cooperação económica e comercial na base dos planos de acção saídos destas conferências ministeriais.” Delegações oficiais dos governos de sete países de língua portuguesa, tais como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-leste, num total de mais de 100 pessoas, participaram hoje nas actividades inaugurais terceira cimeira do Fórum de Macau.