A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) divulga as estimativas da Balança de Pagamentos da RAEM do ano 2009. A Balança de Pagamentos é um registo estatístico integrado que apresenta os resultados das transacções externas entre um sistema económico e os outros países e territórios do mundo. No ano de 2009 o superavit da Balança de Pagamentos de Macau cifrou-se em 16,9 mil milhões de patacas. Quanto às principais componentes, o saldo da conta corrente registou um resultado positivo na ordem dos 62,5 mil milhões de patacas. A conta capital verificou-se uma entrada líquida de fundos de 5,1 mil milhões de patacas e observou-se um aumento de 22,1 mil milhões de patacas no montante dos activos financeiros líquidos não reserva. O défice nas trocas comerciais visíveis tivesse diminuído para 39,6 mil milhões de patacas. O superavit das trocas comerciais invisíveis subiu substancialmente para 122,0 mil milhões de patacas graças ao grande crescimento das exportações dos serviços de turismo, compensando o défice verificado no comércio externo de mercadorias e as saídas líquidas de rendimentos de factores. Assim, a conta corrente registou um saldo positivo de 62,5 mil milhões de patacas, tendo aumentado 16,3 mil milhões de patacas em relação ao saldo revisto de 2008 (46,2 mil milhões de patacas). As importações de mercadorias, valorizadas em f.o.b. (posto a bordo), decresceram 18,4%, enquanto que as exportações de mercadorias caíram significativamente 52,2%, devido à contínua contracção das exportações de têxteis e vestuário. O défice da conta de mercadorias baixou de 41,9 mil milhões de patacas em 2008 para 39,6 mil milhões de patacas em 2009. Em contrapartida, o superavit da conta de serviços subiu de 112,1 mil milhões de patacas para 122,0 mil milhões de patacas. A conta de rendimentos, que reflecte os fluxos de rendimentos de factores através de fronteiras, registou uma saída líquida no valor de 13,5 mil milhões de patacas em 2009, inferior substancialmente ao valor registado (17,4 mil milhões de patacas) em 2008. Tal valor ficou a dever-se principalmente à redução dos lucros auferidos por investidores directos estrangeiros em Macau e da saída de rendimentos de outros investimentos devido ao ambiente de taxa de juro baixa. As transferências correntes, que registam basicamente as remessas dos trabalhadores de e para Macau e os donativos entre as organizações de caridade locais e o exterior, apresentaram uma saída líquida de 6,4 mil milhões de patacas em 2009, ou seja, menos 200 milhões de patacas do que em 2008. A entrada líquida de fundos da conta capital subiu de 3,2 mil milhões de patacas em 2008 para 5,1 mil milhões de patacas em 2009, devido principalmente à entrada das transferências de capital doutros sectores não governamentais. Os activos líquidos financeiros não reserva registaram uma saída líquida de 22,1 mil milhões de patacas em 2009, contra uma entrada líquida de 26,6 mil milhões de patacas verificada em 2008, devido principalmente ao abrandamento da entrada líquida do investimento directo que provocou a queda de 25,6 mil milhões de patacas em 2008 para 18,7 mil milhões de patacas em 2009 nas entradas líquidas, bem como a inversão da entrada líquida de 12,4 mil milhões de patacas em 2008 para a saída líquida de 27,3 mil milhões de patacas em 2009, observada em outros investimentos. Por outro lado, a carteira de investimentos registou um aumento de 11,1 mil milhões de patacas em 2008 para 13,4 mil milhões de patacas em 2009, enquanto que os derivados financeiros registaram uma diminuição da saída líquida, passando de 235,0 milhões de patacas em 2008 para 121,7 milhões de patacas no ano imediatamente posterior. A conta dos activos de reserva na Balança de Pagamento reflecte o movimento líquido dos activos de moeda estrangeira geridos pela AMCM, excepto o Fundo de Reserva da RAEM. Em 2009 os activos de reserva aumentaram 16,9 mil milhões de patacas (eliminando as variações de preços, de taxa cambial e outros ajustamentos), e os de 2008 subiram 18,2 mil milhões de patacas. A “Balança de pagamentos” é elaborada de acordo com os padrões estabelecidos no “Manual da Balança de Pagamentos (5ª Edição)” e na “Guia de Inquérito ao Investimento Directo” publicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), tendo em conta as recomendações técnicas propostas pelos peritos dessa entidade. As estimativas das principais estatísticas referentes a 2009 são preliminares e serão revistas e publicadas posteriormente, juntamente com o relatório detalhado, em Dezembro de 2010.
