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Os Serviços de Saúde continuam a apelar aos cidadãos e aos pais, às creches e às instituições educativas para se precaverem do enterovírus


Devido ao aparecimento do aumento de epidemicidade do enterovírus nos territórios vizinhos e à existência em Macau, na época de pico, da infecção por enterovírus, os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos, aos pais, às creches e às instituições educativas para que se mantenham atentos para a prevenção da infecção por enterovírus. De acordo com as informações de vigilância epidemiológica obtidas pelo Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, até ao dia 28 de Maio do corrente ano, em Macau, foram registados 452 casos de infecção por enterovírus, dos quais, as crianças com idade inferior a 5 anos representaram 80%; com idade compreendida entre 5 e 14 anos, 17%; com idade superior a 15 anos, 3% , sendo 37 anos a idade máxima de doentes afectados por esta doença. 10 casos de infecção colectiva ocorreram nas creches e nos jardins de infância. Destes, após a análise laboratorial, foram verificados 9 casos de infecção colectiva por enterovírus ou por coxsackievírus A, que envolveram 70 alunos doentes. Relativamente ao outro caso de infecção colectiva, foi confirmada a infecção por enterovírus 71 (EV71) que envolveu dois casos confirmados. Estas duas crianças afectadas melhoraram, contudo, a respectiva turma da creche continua suspensa até à verificação do desaparecimento da infecção. A infecção pelo enterovírus pode ser causada pelos grupos de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71, etc.. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com o pico no período de verão, e pode causar várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, doença da mão, pé e boca e herpangina e outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica. Em princípio, a doença da mão, pé e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença da mão, pé e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente podem conter estes vírus. Em geral, é raro que um adulto seja infectado pelo enterovírus com graves complicações. Em 2004, uma aluna, com 17 anos de idade, 4 dias após o aparecimento dos sintomas da doença da mão, pé e boca, entrou em coma e foi internada na Unidade de Cuidodos Intensivos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, tendo morrido 25 dias após a prestação de assistência médica. Com vista a reforçar o conhecimento dos profissionais de saúde e trabalhadores das instituições educativas e lares sobre a infecção pelo enterovírus, os Serviços de Saúde emitiram, no fim de Abril e no início de Maio, orientações às entidades de saúde e aos estabelecimentos escolares e lares, bem como organizaram uma reunião sobre este tema específico dirigida a todos os profissionais de saúde que exercem funções em Macau. Para além disso, os Serviços de Saúde colaboraram com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e a Instituição de Acção Social na organização de uma conferência na próxima semana para todos os trabalhadores das instituições educativas e lares, de modo a conhecerem e prestarem atenção à prevenção e ao controlo do enterovírus nestas mesmas entidades.
Os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos, nomeadamente, aos trabalhadores das creches, instituções educativas e lares, aos pais e aos alunos, para que, devido à inexistência de qualquer vacina eficaz contra os enterovírus, apliquem as seguintes medidas de prevenção da infecção por enterovírus: Medidas pessoais: - Prestar atenção à higiene pessoal, nomeadamente, lavar as mãos antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos; - Cobrir a boca e o nariz sempre que espirrar e tossir, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas; - Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; - Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar, para aumentar a imunidade; - Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca, recorrer imediatamente a consulta médica. Medidas a aplicar pelas instituições educativas: - Manter uma boa higiene ambiental e um sistema de ventilação adequado em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar as paredes até à altura de 1 metro, as mesas, as cadeiras e os brinquedos; - Proceder ao exame diário, de manhã, e prestar frequentemente atenção ao pessoal e aos alunos, especialmente, com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca; - Os alunos e os elementos do pessoal com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca devem permanecer em casa; - Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre os alunos e os elementos de pessoal, as instituições educativas devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel. : 2853 3525) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.