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MIECF 2010: Preocupações ecológicas nos discursos de abertura


O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2010 (MIECF, na sigla inglesa) iniciaram hoje (8 de Abril) os trabalhos, no Hotel-Resort Venetian Macau. O Chefe do Executivo, Chui Sai On, presidiu à cerimónia de abertura do programa de três dias da terceira edição do grande evento “verde” da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), que contou também com discursos de outras altas individualidades nacionais e estrangeiras. O discurso do vice-presidente da Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma, Xie Zhenhua, representado pelo Conselheiro – Adjunto do mesmo órgão, Sun Zhen, refere as mais recentes dificuldades e problemas ambientais do país, designadamente em matéria de mudanças de clima, tais como a subida de 1,1 grau das temperaturas nos últimos cem anos, um pouco mais acentuada do que a média global e com especial incidência nos últimos 50 anos, bem como as alterações óbvias em termos de frequência e severidade de condições meteorológicas extremas e acontecimentos climáticos. Neste âmbito, ele considera que a seca registada desde Setembro do ano passado, nas regiões do sudoeste do país afirma a necessidade de uma acção imediata para lidar com as transformações do clima, mesmo que, como é o caso, ela seja consistente com as projecções das comissões inter-governamentais competentes e, em parte, classificada, pelos estudos do departamento de meteorologia, como mais ou menos parte natural das alterações climáticas e similar aos padrões de mudanças climáticas ocorridas na região em apreço no último meio século. “Temos de nos concentrar em poupar esforços mas também em encontrar as formas e meios mais apropriados promovendo a adaptação como a grande prioridade nas zonas visadas e mais vulneráveis”, sublinha. O mesmo responsável recordou ainda que, perante as mudanças globais do clima e da crise financeira internacional, o mundo concentrou as atenções nas tecnologias de baixo carbono e amigas do ambiente. “A inovação nesta área concorre não só para lidar com as alterações globais do clima, mas também para orientar os países de todo o mundo em termos de progresso industrial e desenvolvimento económico. Temos de avançar mais com a economia circular, acelerar o estabelecimento de indústrias de baixo carbono, arquitectura e sistemas de transportes mais verdes, e conduzir a nação na senda do desenvolvimento de baixo consumo, baixa poluição e emissão de gases de efeito de estufa, maior qualidade de infra-estruturas e mais reciclagem”, sublinha. Na intervenção de Ren Yong, subdirector-geral do Departamento de Gestão de Recursos Humanos e Assuntos Institucionais do Ministério da Protecção Ambiental da República Popular da China (RPC), em representação do ministro da tutela, Zhou Shengxian, destacam-se as referências à importância da cooperação internacional em questões ambientais para que “um país em fase de crescimento acelerado e alargado como a China possa resolver muitos do problemas ambientais e atingir um desenvolvimento harmonioso e sustentável. “Só a cooperação permitirá chegar a consensos e concentrar forças no desenvolvimento conjunto. A economia verde e sociedade de baixo carbono encontram-se ainda numa fase embrionária e exploratória em todo o mundo. O intercâmbio de experiências é incontornável e urgente para encontrar o caminho certo de desenvolvimento verde, mais ajustado às necessidades e condições de cada país”, defende o mesmo responsável. O ministro faz ainda votos de que, através do Fórum, a China possa encontrar “tecnologias mais avançadas e aplicáveis às condições do país, em tempo oportuno, para reforçar os meios de prevenção da poluição e controlo e protecção do ambiente, bem como contribuir para o desenvolvimento da economia verde e uma sociedade de baixo carbono no país.” Outro dos oradores na sessão inaugural do MIECF 2010, Peter J. Kalas, antigo ministro do Ambiente e actual assessor do Gabinete do Primeiro-Ministro da República Checa, por seu lado, abordou a questão do panorama energético actual que classificou de “económica, ambiental e socialmente insustentável devido a uma procura crescente e acelerada de energia, especialmente na China e outras economias emergentes, e cujo valor total mundial deverá duplicar em 2050, segundo as estimativas.” Assim, “a descolagem imprescindível do crescimento económico da procura de energia e emissões de gases implicará, necessariamente, uma mudança gradual no sentido da eficiência energética maciça e redução de emissão de gases com tecnologias mais verdes. Daí, o apelo da Agência Internacional de Energia para a necessidade de procedermos a uma revolução tecnológica nas áreas já devidamente identificadas para corresponder a uma drástica e efectiva redução de GEE (gases de efeito de estufa). O desenvolvimento de novas tecnologias implicará novas políticas para intensificar a investigação e o desenvolvimento e incentivar o processo de inovação. Todas a novidades devem contribuir para o crescimento económico e a coesão social, proporcionando oportunidades de negócios e criando mais emprego”, concluiu o mesmo responsável. O “Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2010” encerram no próximo Sábado, 10 de Abril. As entidades que desejem participar nas actividades no âmbito do certame podem contactar o Secretariado do MIECF pelo telefone (853) 8798 9675, fax (853) 2872 7123, e-mail: miecf2010@ipim.gov.mo ou visitar a página electrónica oficial: www.macaomiecf.com.