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Arqueólogos propõem a “sutura”da textura histórica das Ruínas de S. Paulo


O grupo inter-serviços responsável pelo estudo de planeamento urbanístico do Centro Histórico de Macau que abrange as Ruínas de S. Paulo e as zonas periféricas, está a proceder à avaliação preliminar e os preparativos para as escavações arqueológicas relativas aos quatro edifícios dos funcionários públicos situados na Rua de D. Belchior Carneiro, depois de tomar por referência as propostas apresentadas pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e pelo Instituto de Estudo Arqueológico da Academia de Ciências Sociais da China. Pretende-se com isto recriar a atmosfera histórica das Ruínas de S. Paulo, no intuito de suturar a textura histórica do ambiente, aprofundando a sua valorização histórico-cultural. Para tal, os serviços competentes vão começar por demolir os dois edifícios junto das Ruínas de S. Paulo, permitindo a presença dos arqueólogos e o início dos respectivos trabalhos. O Governo da RAEM tem-se empenhado em promover a diversificação da economia, com a melhoria da qualidade do turismo e a preservação do valor histórico-cultural. Para tal, criou um grupo inter-serviços para efectuar o estudo de planeamento urbanístico do Centro Histórico de Macau que abrange as Ruínas de S. Paulo e as zonas periféricas. A ideia inicial era formar uma rede turística do Património Mundial mais abrangente com as Ruínas de S. Paulo no centro e ligando, em série, a Praça de Luís de Camões, o Bairro de São Lázaro, a Praça do Tap Seac, a Colina da Guia e a Ponte-Cais n.° 16. O plano que ora se apresenta surgiu em 2003, altura em que o Governo da RAEM se preocupou com o problema do estacionamento de autocarros de turismo na zona turística das Ruínas de S. Paulo. Pretendia o plano libertar os recursos do solo com a demolição dos quatro edifícios dos funcionários públicos situados na Rua de D. Belchior Carneiro, criando, depois, uma de estacionamento de autocarros de turismo, no intuito de aliviar o problema do estacionamento dos referidos veículos e optimizar o ambiente turístico daquela zona. Tal proposta mereceu, na generalidade, o acolhimento dos moradores da zona, daí terem surgido várias vezes pedidos às autoridades competentes para implementar o projecto o mais rápido possível. No entanto, o terreno onde se situam os edifícios é um terreno concedido por arrendamento, os serviços competentes precisavam de apoio da Direcção dos Serviços de Finanças para tratar das questões do direito de propriedade e providenciar para compensar os seus proprietários pelo despejo. Em 2008, o Governo da RAEM chegou a acordo com o Montepio Geral de Macau sobre a troca do domínio útil daquele terreno. Depois da inserção do Centro Histórico de Macau na lista de Património Mundial da UNESCO, o Instituto Cultural convidou em 2005 convidou um especialista do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) para apresentar uma proposta sobre a gestão da Zona das Ruínas de S. Paulo. Considerou o especialista que a textura histórica das Ruínas de S. Paulo fora cortada, devendo agora procurar-se soluções para a sua “sutura”. Além disso, devem ser feitas ainda escavações arqueológicas mais abrangentes, com vista a procurar mais vestígios históricos, aprofundando a sua valorização. Tendo em conta que o presente plano implica várias áreas, nomeadamente a de preservação cultural, de trânsito e transportes, de turismo e de cultura, um grupo inter-serviços constituído em Maio de 2009 e que integra a DSSOPT, ICM, DST e DSAT avançou com o estudo do planeamento urbanístico do Centro Histórico de Macau (Ruínas de S. Paulo) e deu acompanhamento ao quadro do desenvolvimento e arranjos para zona que abrange os quatros edifícios dos funcionários públicos da Rua de D. Belchior Carneiro, determinando a demonstração do valor cultural das Ruínas de S. Paulo como rumo de reflexão. Em Novembro do mesmo ano, foram convidados para fazer uma visita no local Cong Dexin e Zhu Yan, chefe de divisão de investigação científica e director do Centro de Pesquisa da História das Dinastia Han e Tang da Academia de Ciências Sociais da China respectivamente. Na opinião desses especialistas arqueológicos, apesar das interferências sofridas, há ainda possibilidades de se fazerem novas descobertas arqueológicas. Pelo significado histórico das Ruínas de S. Paulo, é necessário efectuar estudos arqueológicos mais abrangentes, com vista à elaboração de um plano de preservação. A DSSOPT lançou já um concurso público para adjudicação da demolição dos referidos edifícios, tendo o acto público já sido realizado. Actualmente, os serviços competentes da área cultural estão a proceder à avaliação preliminar e aos preparativos para as escavações. Pretende-se demolir em primeiro lugar os dois edifícios junto das Ruínas de S. Paulo, permitindo a presença dos especialistas arqueológicos. Quanto aos restantes dois edifícios, a sua demolição depende do resultado dos primeiros trabalhos arqueológicos, sendo o terreno aproveitado para criar uma área provisória de tomada e largada de passageiros de autocarros de turismo, no sentido de resolver a questão da segurança do estacionamento dos mesmos veículos na Rua de Entena.