No dia 10 de Fevereiro, o Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário notificou um caso de intoxicação por monóxido de carbono. Trata-se de um jovem, oriundo da China Continental, alojado numa fracção autónoma do Edifício Hung On Torre III, ZAPE, que, ao anoitecer do dia 9 de Fevereiro, sentiu tonturas quando se encontrava no banho e caiu. Uma vez chamada a ambulância, o mesmo foi socorrido no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar de São Januário. Na sequência de análises laboratoriais, foi constatado que o HBCO contido no sangue da doente atingiu 30,4%, tendo-lhe sido diagnosticada uma intoxicação média por monóxido de carbono. O mesmo registou melhorias após ter sido submetido a terapia hiperbárica. O Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde após ter sido notificado, procedeu a uma averiguação in loco conjuntamente com diversos serviços públicos, como a Direcção dos Serviços de Turismo, Corpo de Bombeiros, Corpo de Polícia de Segurança Pública, Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte, Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, entre outros. De acordo com os indícios existentes, pode tratar-se de uma situação de hospedagem ilegal, tendo havido uma recusa de abertura da porta aos elementos encarregados da averiguação. Então, a Autoridade Sanitária forçou a entrada, com base na eventual existência de factores prejudiciais à saúde dos moradores. Foi detectado que a casa de banho da fracção autónoma dispunha de um esquentador a gás, de tipo chaminé, inadequadamente montado. Face a isto, a Autoridade Sanitária de imediato alertou as pessoas presentes, bem como afixou um documento para informar o proprietário da fracção autónoma ou o agente da fracção autónoma da necessidade de impedir a utilização das instalações inseguras pelo público. A Direcção dos Serviços de Turismo vai acompanhar o caso que envolve, eventualmente, uma questão de hospedagem ilegal. Esquentador in loco Drenagem de ar no cimo do esquentador Existe perigosidade nos esquentadores de gás do tipo sem chaminé
Os Serviços de Saúde salientam que a utilização do esquentador de gás, tipo sem chaminé, dispõe de grave risco para a saúde. A utilização do esquentador a gás, de tipo sem chaminé, em instalações interiores, em caso de ventilação insuficiente e de tempo de utilização longo (mais de 5 minutos), pode produzir monóxido de carbono. Monóxido de carborno é um gás incolor e inodoro, que pode, de imediato, levar a pessoa a ficar em estado de coma e até causar a morte. Assim, os Serviços de Saúde apelam aos hotéis e às pensões para adoptarem equipamentos de água quente dotados de maior grau de segurança, como esquentador térmico, esquentador de tipo compacto ou ventilador, bem como assegurarem uma ventilação eficaz nos quartos. Os turistas não se devem alojar em estabelecimentos de hospedagem ilegal, e os cidadãos, caso utilizem esquentador a gás, devem escolher um esquentador de tipo compacto ou chaminé (exaustor de ar mecânico) e não um esquentador a gás de tipo sem chaminé e, durante a sua utilização, devem assegurar uma boa ventilação.