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O levantamento junto da Rua da Praia do Manduco dá a conhecer a intenção dos moradores sobre o reordenamento comunitário e aconselha a preservação das peculiaridades do bairro, principalmente através do embelezamento.


O inquérito domiciliário do levantamento da situação dos moradores da Zona da Praia do Manduco, realizado pelo Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, por incumbência do Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos, e a respectiva análise encontram-se finalizados, tendo a taxa de sucesso do levantamento atingido os 80%. O resultado mostra que moram predominantemente nesta zona velhos moradores e velhos lojitas, os quais consideram que a “reconstrução”, “reabilitação” e “embelezamento das vias” são os modos de reordenamento mais adequados à Zona da Praia do Manduco. O relatório do estudo recomenda que o reordenamento a promover no futuro por parte Governo consista principalmente na “reabilitação” e “embelezamento das vias”, preservando a fisionomia e textura comunitária da Zona da Praia do Manduco. Os representantes do grupo de trabalho inter-serviços, Tam Kuong Man e Lao Iong, coordenador do projecto do Instituto de Estudo do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, Ieong Iat Fo, e a professora assistente da mesma universidade, Sheng Ni, presidiram à conferência de imprensa da publicação do resultado do levantamento que teve lugar a 31 de Janeiro. A fim de recolher os dados sobre os bairros antigos e conhecer as expectativas da população sobre o reordenamento dos bairros antigos, o Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos, depois do levantamento da situação dos moradores do Bairro do Iao Hon em 2007, procedeu, no quarto trimestre de 2009, à recolha de opiniões junto dos moradores da Rua da Praia do Manduco e Rua de João Lecaros (troço que se estende desde a Rua do Almirante Sérgio até à Rua da Praia do Manduco) de cerca de 75 edifícios, num total de 1,606 fracções habitacionais e lojas comerciais, no sentido de se inteirar das características demográficas, dados das habitações e lojas, bem como das opiniões dos moradores sobre a conservação e reparação das partes comuns das propriedades particulares e o reordenamento e ambiente da zona. Na Rua da Praia do Manduco moram principalmente velhos moradores e velhos lojistas. O relatório do estudo versa sobre duas partes, os agregados familiares e lojistas. No que respeita aos agregados familiares e fracções habitacionais, a equipa do projecto visitou 1,165 fracções habitacionais, recolhendo um total de 1,140 questionários cuja taxa de sucesso atingiu os 85%. De entre os agregados familiares, mais de 90% são residentes permanentes, dos quais 56% têm mais de 45 anos de idade, sendo relativamente alta a percentagem da população de meia-idade e idosa; 60%, apesar de ter rendimento fixo, pertencem a estratos sociais com rendimentos inferiores a 5,000 patacas. Além disso, 860 agregados familiares residem em habitação própria, dos quais 60% adquiriram-na há 16 ou mais anos. Daí se pode ver que moram ali principalmente velhos moradores. Por outro lado, a equipa foi capaz de entrevistar 179 lojas comerciais (incluindo uma unidade industrial), representando 75% do número total, e recolheu um total de 171 questionários. Dos lojistas entrevistados, os proprietários e arrendatários perfazem metade do total. Além disso, 65% dos proprietários adquiriram a sua propriedade há mais de 15 anos. Os ramos de actividades que os lojistas daquela zona exercem são principalmente os de venda por grosso e a retalho e de comidas e bebidas, actividades com relações de proximidade com a vida quotidiana da população. Em termos da área de construção, varia entre 200 e 1,000 pés quadrados. Cerca de 78,4% dos lojistas empregam menos de cinco pessoas, sendo a sua maioria pequenas e médias empresas. Mais de 60% dos entrevistados têm conhecimento do reordenamento dos bairros antigos. O resultado do relatório mostra que, quanto ao conhecimento do reordenamento dos bairros antigos, 49,3% dos agregados familiares sabem da reabilitação e 57,3% dos lojistas têm conhecimento da reconstrução. No entanto, os agregados familiares e lojistas que desconhecem os quatro modos são respectivamente 39,4% e 30,4%. Na opinião da equipa, o Governo deve pensar no reforço da divulgação e promoção eficaz do reordenamento dos bairros antigos naquela Zona. Questionado sobre qual o modo de reordenamento mais adequado para a Zona da Praia do Manduco, de entre 1,140 agregados familiares entrevistados, é mais ou menos igual o número de pessoas que escolheram “reabilitação”, “reconstrução” e “embelezamento das vias”, representando respectivamente 51,3%, 51,1% e 49,0% do número total dos agregados familiares; dos 171 lojistas entrevistados, os que escolheram “reabilitação”, “embelezamento das vias” e “reconstrução” são respectivamente 49,7%, 48,5% e 46,2% do número total dos lojistas. A par disso, mais de 70% dos entrevistados querem efectuar a reparação das partes comuns dos edifícios. Relativamente ao ambiente da Zona da Praia do Manduco, incluindo a situação do trânsito, protecção ambiental e espaços verdes, assim como as instalações públicas, o número dos agregados familiares e lojistas que se mostram insatisfeitos ou muito insatisfeitos é muito maior do que os que estão satisfeitos ou muito satisfeitos. A equipa do projecto disse que os dados reflectem que são predominantes na Zona da Praia do Manduco os velhos moradores e velhos lojistas. Além disso, tanto os agregados familiares como lojistas entrevistados consideram que os modos de “reconstrução”, “reabilitação” e “embelezamento das vias” são adequados ao reordenamento da Zona da Praia do Manduco. No entanto, não houve uma escolha nítida de apenas um dos modos. Mais de 70% dos moradores querem reparar as partes comuns dos edifícios e concordam em proteger as construções com traços peculiares ou valor histórico da mesma zona. Por isso, o relatório do estudo aconselha o Governo, ao proceder ao reordenamento do bairro antigo da Zona da Praia do Manduco, realizar principalmente a reabilitação e embelezamento das vias, em vez de demolições e construção de grande escala, por forma a preservar a textura e peculiaridades comunitárias da Zona da Praia do Manduco. Entretanto, o Governo deve reforçar a divulgação e promoção do respectivo reordenamento dos bairros antigos e aperfeiçoar as instalações de lazer com espaços verdes e instalações recreativas e desportivas.