Hoje (23 de Setembro de 2011), o Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde foi notificado pelo Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar Conde de São Januário de um caso de infecção por enterovírus com complicação de meningite.
Este caso refere-se a um bebé do sexo feminino com 19 dias de idade, que foi internada no dia 07 de Setembro de 2011, por apresentar sintomas de febre e meningite. Nas amostras de fluído cerebrospinal, de secreções faríngeas e de fezes da doente, o Laboratório de Saúde Pública nos dias 15 e 21 de Setembro do corrente ano, centrifugou o enterovírus, identificado por coxsakievírus de tipo B. O pediatra em conformidade com quadro clínico e o resultado da análise diagnosticou a meningite viral causada por coxsakievírus de tipo B. A doente não teve erupção cutânea nas mãos e pés, nem herpes na cavidade oral típica, estando neste momento hospitalizada para observação. Após o tratamento esta encontra-se em estado satisfatório.
A doente desde a nascença foi sempre cuidada no seu domícilio e não foi admitida em creches. Antes do surgimento destes sintomas na doente, o irmão mais velho e outra criança de um familiar apresentaram sintomas de febre e não tiveram o aparecimento de erupção cutânea. Nas secreções faríngeas do irmão mais velho não foram detectadas o enterovírus.
Os Serviços de Saúde registaram até ao presente momento 986 casos de infecção por enterovírus, e comparado com o mesmo período do ano anterior de 804 casos, observa-se um aumento. Nas últimas duas semanas não foram registados quaisquer casos de infecção colectiva por enterovírus em creches ou lares. Este é o primeiro caso por infecção de enterovírus grave no presente ano. Os Serviços de Saúde salientam que a maior parte dos casos de infecção por enterovírus pode ser auto-curável, contudo numa pequena parte dos doentes possa eventualmente ocorrer complicações fatais. Os Serviços de Saúde apelam aos pais, alunos e trabalhadores dos estabelecimento de ensino e lares para adoptarem as seguintes medidas de prevenção da infecção por enterovírus:
Medidas pessoais: Lavar as mãos: Antes de contactar os olhos, o nariz e a boca com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos; Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir e espirrar, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas; Diminuir os contactos: Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar, para aumentar a imunidade; Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca / herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves. Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares:
Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.; Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca / herpangina, devem suspender a ida às aulas e ao trabalho; Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças e os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.