Atendendo a que se têm verificado várias explosões na central nuclear localizada na prefeitura Fukushima, Japão, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e outros serviços congéneres estão atentos à situação, bem assim ao possível impacte que a fuga de radiações possa vir a ter em Macau. A radiação é a propagação da energia eletromagnética (que pode ser proveniente da luz, do rádio, de micro-ondas, de ultrassom, etc.) e de partículas libertadas por substâncias radioactivas, devido à decadência (ex: partícula α e β). A radiação é mensurável por equipamentos, existindo, de facto, na Natureza ou no ambiente em que vivemos. De modo geral, a radiação pode ser ionizante ou não ionizante. A radiação não ionizante produz baixa energia, não variando as propriedades das substâncias. A radiação ionizante (ex: partícula α e β) possui alta energia que pode causar ionização nas substâncias ou organismos por esta penetrada, o que provoca alterações nos organismos e danos nos seres vivos. Em alguns casos mais graves, a radiação até poderá causar doenças como o cancro, anomalias genéticas e morte. A radiação nuclear é ionizante, os poluentes propagados por este tipo de energia poderão ser depositados nos meios transmissivos, nomeadamente no solo, no ar, nos alimentos, na água, ou mesmo no corpo humano. Cada tipo de elemento radioactivo caracteriza-se pela existência de um período de semidesintegração (meia-vida), ou seja, o tempo necessário para desintegrar metade da massa deste elemento radioactivo (este é o tempo necessário para a actividade radioactiva de um determinado material radioactivo decair para a metade). No caso do césio 137, a meia-vida é de 30 anos. Ou seja, esse é período que a massa do césio 137 leva até reduzir para metade a sua actividade radioactiva. Daí podemos imaginar o profundo impacte da contaminação radioactiva. No que diz respeito às consecutivas explosões na central nuclear de Fukushima, a DSPA e outros serviços congéneres estão a prestar a devida atenção à evolução do incidente, especialmente no que concerne ao possível impacte da fuga de radiações, em Macau, não obstante não se ter verificado, até ao momento, qualquer anormalidade evidente.
Por outro lado, aquando da consulta pública sobre o «Quadro Geral do Planeamento Conceptual da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)», promovida no ano transacto, foi solicitado ao Instituto das Ciências Ambientais do Sul da China a 2.ª fase do estudo – “Planeamento Geral e Específico da Protecção Ambiental de Macau”, no qual se inclui, o “Planeamento específico sobre radiações”. Este consiste em melhor assegurar a gestão de segurança das radiações em Macau, englobando a investigação do ambiente de radiação eletromagnética de Macau; a investigação do nível de radioactividade no ambiente: a gestão de segurança das radiações; bem assim como os objectivos e soluções para o planeamento, visando melhorar o ambiente habitacional local e promover o desenvolvimento sustentável, o que é importante para reforçar a competitividade desta cidade turística.
A DSPA irá divulgar sucessivamente os resultados do estudo sobre o planeamento para cada uma da áreas estudadas e serão apresentados à população os problemas ambientais identificados em Macau. Ao longo do 1.° semestre do corrente ano será elaborado o texto sobre o «Planeamento da Protecção Ambiental de Macau», e espera-se que, no 3.° trimestre, possa ser promovida a consulta pública para recolher opiniões sobre o texto. Com os resultados do estudo científico, as opiniões dos peritos e cidadãos, procuraremos chegar a um maior consenso da sociedade com vista a definir um planeamento mais pragmático e exequível das acções de protecção ambiental em Macau, para os próximos dez anos.