Foi confirmado hoje (dia 27) um caso de infecção humana pelo estreptococo suíno. O doente é residente de Macau, tem 54 anos de idade e é proprietário de uma loja de carne assada. A 25 de Junho, por queixa de dor de cabeça, dor na mão direita e febre, foi internado no Hospital Kiang Wu por dois dias, onde lhe foi diagnosticada meningite bacteriana. A 27 de Junho, a cultura das amostras de líquido cefalorraquidiano confirmou que foi Streptococcus suis. Entretanto, o doente foi transferido para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para tratamento contínuo. Os Serviços de Saúde vão proceder ao envio da amostra para o Centro Laboratorial de Saúde Pública da Direcção dos Serviços de Saúde da Região Administrativa Especial de Hong Kong para análise laboratorial mais detalhada. De acordo com as informações obtidas, antes da manifestação da doença, o doente tinha manuseado pés de porco crus na loja onde trabalha e nenhum dos familiares teve qualquer sintoma similar. De acordo com os sintomas clínicos e informações laboratoriais, o caso é classificado caso confirmado de estreptococo suíno, sendo o estado do doente estável. O estreptococo suíno pode existir na amígdala do leitão. Esta doença é transmitida pelo contacto entre os narizes dos suínos ou através das gotículas de saliva dos suínos a curta distância, para além do contacto com outros mamíferos sãos. Os seres humanos ou os animais podem manifestar sintomas aquando da diminuição da imunidade ou da mudança ambiental. O tempo quente e húmido propicia a sua proliferação, especialmente, entre os meses de Junho e Outubro. A infecção humana pode ocorrer através do contacto com os suínos infectados, com as secreções ou as excreções, sendo as vias de penetração as feridas ou mucosas nasais e bocais. A doença pode causar encefalite e hemotosepse, e em alguns casos pode provocar endocardite, artrite e bronquite. Apesar de ser uma doença que pode ser curada com recurso a antibióticos, a taxa de mortalidade é elevada.
Para a prevenção da infecção pelo estreptococo suíno, os Serviços de Saúde apelam aos cidadãos para manterem boas condições higiénicas pessoais e ambientais; consumirem apenas as carnes e as vísceras inspeccionadas, evitando o contacto com os suínos doentes ou mortos e com as carnes de origem desconhecida e importadas ilegalmente; sempre que precisarem de manipular ou tocar em suínos, em carne crua, ou vísceras, devem utilizar luvas e lavar as mãos após o seu contacto; quando tiverem algum ferimento, devem tomar medidas protectoras antes de contactar com os suínos ou a sua carne.
Caso suspeite da infecção pelo estreptococo suíno, deve imediatamente recorrer ao médico, informando-o do contacto com suínos ou da manipulação de carne crua desse animal.
Os Serviços de Saúde salientam que o consumo de carne de porco ou produtos suínos devidamente cozinhados não põe em risco a infecção pelo estreptococo suíno.