Os Serviços de Saúde confirmaram hoje (dia 19) dois casos de infecção colectiva por enterovírus 71, cujas amostras provêm da Turma G da Creche da da Associação Geral das Mulheres de Macau, sita na Rua de Campo e da Turma B da Creche Tung Sin Tong III, sita na Avenida Norte do Hipódromo, onde surgiram casos de infecção colectiva da doença de mãos, pés e boca. O número acumulado de oito de crianças infectadas de cada turma apresentou sintomas da doença de mãos, pés e boca, tendo todas uma situação clínica ligeira e recorrido a entidades médicas para tratamento, não necessitando de internamento hospitalar, sendo que a maior parte das crianças teve melhoria e não houve quaisquer complicações. Nos dois casos em causa foram recolhidas 5 amostras, das quais todas tiveram confirmação como infecção por enterovírus 71.
A idade das crianças destes cinco casos de enterovírus 71 varia de 2 a 3 anos, tendo estas apresentado sintomas no período compreendido entre 12 a 17 do corrente mês, com a situação clínica ligeira, sem haver qualquer caso com sintoma anormal do sistema nervoso ou outras graves complicações e após terem sido tratadas, todas foram curadas. A Autoridade Sanitária ordenou que as creches consolidassem as medidas de controlo da infecção, tais como, limpeza e desinfecção em geral. Assim como, mandou a evicção escolar das turmas acima referidas. Em simultâneo, a autoridade sanitária requereu que a Turma A da Creche Tung Sin Tong III onde tinha ocorrido a infecção colectiva da doença de mãos, pés e boca, suspendesse provisoriamente as aulas por uma semana. Com o intuito de impedir a mútua propagação entre creches, as mesmas necessitam de realizar a limpeza e a esterilização geral do ambiente.
Os Serviços de Saúde afirmam que de Abril a Junho ainda é o período de pico de infecção de enterovírus em Macau, registando-se um número total de 31 casos de infecção colectiva de enterovírus em Macau, dentro dos quais 12 foram causados por enterovírus 71, estando as outras amostras ainda em fase de análises.
A par disso, hoje os Serviços de Saúde não foram notificados de qualquer caso de infecção colectiva de enterovírus. A infecção por enterovirus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovírus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com um pico no Verão, sendo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Os Serviços de Saúde têm acompanhado com atenção estreita o desenvolvimento da situação epidemiológica, sublinhando que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar automaticamente. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer complicações fatais. Assim, apelam aos pais, alunos e escolas, bem como ao pessoal dos lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas: Medidas pessoais: Lavar as mãos: Antes de contactar a boca, o nariz e os olhos com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos; Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir e espirrar, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas; Diminuir os contactos: Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade; Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca ou herpangina, recorrer de imediato à consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves. Medidas a aplicar pelas escolas e lares :
Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro, etc.; Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença das mãos, pés e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas e ao trabalho; Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças e os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.