Os Serviços de Saúde confirmaram hoje (dia 12) mais dois casos de infecção colectiva por enterovírus 71, cujas amostras provêm da Turma K1D da Escola de Talentos Anexa à Escola Hou Kong localizada na Rua de Seng Tou e da Creche "O Pequeno Mundo" localizada na Rua do Almirante Costa Cabral, onde surgiram os casos de infecção colectiva da doença de mãos, pés e boca. Os casos em causa ocorreram nos 10 alunos e 8 crianças infectadas que apresentaram sintomas da doença de mãos, pés e boca, tendo todos eles recorrido a entidades médicas para tratamento. A situação clínica dos alunos infectados é ligeira e os mesmos não necessitaram de internamento hospitalar, não havendo outras complicações. Actualmente, recolheram-se oito amostras, das quais, 7 foram confirmadas como infecção por enterovírus 71. Consequentemente, os Serviços de Saúde solicitaram às entidades acima mencionadas para reforçar as medidas de controlo da infecção, como limpeza e desinfecção em geral, e ordenaram às turmas em causa para suspender provisoriamente as aulas, com vista a impedir a propagação da doença entre as crianças.
Os Serviços de Saúde salientam que em Macau se encontra o período de pico de infecção por enterovírus, tendo a infecção actual de enterovírus vindo a aumentar, facto similar ao das regiões vizinhas. Até 12 de Junho, os Serviços de Saúde registaram um número total de 816 casos de infecção por enterovírus no corrente ano e, em comparação com o período homólogo do ano transacto, que foi de 474 casos, registou-se um aumento de mais de 2 vezes. Em simultâneo, registaram-se 25 casos de infecção colectiva por enterovírus, dos quais 9 foram confirmados serem causados por enterovírus 71, encontrando-se parte das amostras ainda em fase de exames.
A par disso, hoje, os Serviços de Saúde não foram notificados de nenhum caso de infecção colectiva ocorrido em qualquer creche.
A infecção por enterovirus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial e, geralmente, apresenta um pico no Verão, constituindo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como a doença de mãos, pés e boca e herpangina e, outras complicações mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica. Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus.
Macau ainda se encontra em período pico de enterovírus, e os Serviços de Saúde têm acompanhado com atenção estreita o desenvolvimento da situação epidemiológica, sublinhando que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar automaticamente. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços têm apelado aos pais, creches e escolas para prestarem atenção na prevenção. Os Serviços de Saúde têm apelado aos pais, alunos e escolas, bem como ao pessoal dos lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas: Medidas pessoais: Lavar as mãos: Antes de contactar a boca, o nariz e os olhos com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos; Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir e espirrar, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas; Diminuir os contactos: Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade; Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves. Medidas a aplicar pelos estabelecimentos de ensino ou lares : Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.; Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas e ao trabalho; Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças e os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.