Os Serviços de Saúde confirmaram no dia 1 de Junho dois casos de infecção colectiva por enterovírus 71, cujas amostras provêm dos estabelecimentos onde se registou recentemente caso de infecção colectiva da doença de mãos, pés e boca. Os dois casos em causa ocorreram na turma A da Creche "O Golfinho" da Associação Geral das Mulheres de Macau sita na Avenida dos Jardins do Oceano na Taipa, e na turma F da Creche São João sita na Rua Cidade de Porto, com 6 crianças infectadas respectivamente. Um total de 12 crianças apresentaram sintomas da doença de mãos, pés e boca, tendo todas elas recorrido a entidades médicas para tratamento, não sendo o seu estado grave e não tendo sido necessário internamento hospitalar. O estado da maior parte das crianças doentes já apresentou melhorias, não tendo aparecido quaisquer complicações. Foram recolhidas cinco amostras destes casos, das quais duas amostras foram confirmadas como infecção por enterovírus 71. Estes dois casos de EV71 pertencem a duas crianças com idade de 2 anos, que apareceram com sintomas no dia 23 e no dia 31, respectivamente, apresentando ambas idêntica situação clínica ligeira, sem nenhum sintoma do sistema nervoso ou graves complicações e que, na sequência do tratamento a que foram submetidas, tiveram cura. Os Serviços de Saúde solicitaram às referidas creches para reforçarem as medidas de controlo da infecção, como limpeza e desinfecção, e ordenaram às duas turmas em causa para suspenderem provisoriamente as aulas por uma semana, com vista a impedir a propagação da doença entre crianças. As referidas creches necessitaram de proceder a limpeza e desinfecção do ambiental geral. Os Serviços de Saúde têm afirmado que a época de Abril a Junho constitui o período pico de enterovírus em Macau, tendo a infecção actual por enterovírus vindo a aumentar, facto similar ao das regiões vizinhas. Até 1 de Junho, os Serviços de Saúde registaram um número total de 687 casos de infecção por enterovírus, e em comparação com o período homólogo do ano transacto, que foi de 291 casos, registou-se um aumento de 2 vezes. Este ano registaram-se 18 casos de infecção colectiva por enterovírus, dos quais 4 foram confirmados serem causados por enterovírus 71, encontrando-se parte das amostras ainda em fase de exames. A par disso, os Serviços não foram notificados no dia 1 de Junho de qualquer caso de infecção colectiva por enterovírus em creche. A infecção por enterovirus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial, com um pico no Verão, sendo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como, mãos, pés e boca e herpangina e, outras mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Em princípio, a doença de mãos, pés e boca afecta as crianças com idade inferior a 5 anos. O período de incubação varia de 3 a 7 dias, e é transmitida por meio de contacto directo com os excrementos dos infectados, pelas gotículas de saliva e pelos materiais contaminados. Devido ao contacto próximo das crianças nas creches e jardins de infância, especialmente, nas actividades de jogos, é fácil ocorrer um surto de doença de mãos, pés e boca, a qual é uma doença de grande contagiosidade. No período inicial aparecem sintomas, tais como, febre, dor de garganta, vesículas pequenas ou pústulas vermelhas nas mãos, pés e nádegas, não se manifestando dores nem comichão, e surgem herpes na boca, causando posteriormente úlceras. No período de sete (7) a dez (10) dias, as vesículas e as pústulas vão desaparecendo gradualmente, e o doente fica curado. A transmissão dos enterovírus principia alguns dias antes dos primeiros sintomas surgirem, localizando-se os vírus na garganta e nas fezes e, durante algumas semanas, as fezes do doente contêm estes vírus. Os Serviços de Saúde têm acompanhado com atenção estreita o desenvolvimento da situação epidemiológica, sublinhando que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar automaticamente. Contudo, uma parte muito reduzida dos infectados pode sofrer de complicações fatais. Assim, os Serviços têm apelado aos pais, creches e escolas para prestarem atenção na prevenção. Os Serviços de Saúde têm apelado aos pais, alunos e escolas, bem como ao pessoal dos lares para adoptarem as seguintes medidas preventivas: Medidas pessoais: Lavar as mãos: Antes de contactar a boca, o nariz e os olhos com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos; Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir e espirrar, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas; Diminuir os contactos: Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade; Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença de mãos, pés e boca ou herpangina, recorrer de imediato à consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves. Medidas a aplicar pelas escolas e lares : Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.; Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença das mãos, pés e boca ou herpangina, devem suspender a ida às aulas e ao trabalho; Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças e os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.