Hoje (dia 4 de Junho), os Serviços de Saúde confirmaram a ocorrência de um caso grave de infecção por enterovirus 71 e de um novo caso de infecção colectiva por enterovirus 71. O caso grave recai numa menina de 2 anos de idade, aluna da turma D grande da Creche "O Coelhinho" da Associação Geral das Mulheres de Macau na Taipa. A doente apresentou os sintomas no dia 28 de Maio. A 1 de Junho, recorreu ao Hospital Kiang Wu onde foi internada devido à febre e aumento do tónus muscular dos membros. De acordo com o estado clínico e os resultados de análise laboratorial, foi diagnosticado meningoencefalite. Depois de submetida a doente a tratamento, actualmente a febre já desapareceu e a situação geral da mesma está a melhorar, não tendo sofrido de coma ou convulsões desde a manifestação da doença. As duas irmãs mais velhas da doente não apresentam sintomas semelhantes e na turma D grande da creche que frequenta não se verificou recentemente qualquer outro caso de infecção colectiva por enterovirus. Em simultâneo, hoje, os Serviços de Saúde confirmaram um novo caso de infecção colectiva por enterovirus. As amostras foram provenientes da turma A de St. John's Nursery (Obra das Mães) sita na Rua Cidade do Porto, onde ocorreu um caso de infecção colectiva da doença da Doença de Mãos, Pés e Boca, tendo sido infectadas cumulativamente 4 crianças, as quais apresentaram sintomas da Doença de Mãos, Pés e Boca. A situação clínica de todas as crianças infectadas foi ligeira, tendo todos recorrido às entidades médicas para tratamento e as mesmas não necessitaram de internamento hospitalar. A maioria das crianças infectadas apresenta melhoria e não sofre quaisquer complicações. Actualmente, foi confirmado que as duas amostras recolhidas do acontecimento foram infectadas pelo enterovirus 17.
Os referidos dois casos de infecção por enterovirus EV71 são de criancas com 2 anos de idade, tendo os doentes manifestado os sintomas no dia 22 e 29 de Maio, respectivamente. A situação clínica das mesmas foi ligeira, não tendo havido qualquer caso com sintoma anormal do sistema nervoso ou outras graves complicações e estando recuperados depois de submetidos a tratamento. Os Serviços de Saúde já solicitaram à creche em causa para reforçar as medidas de controlo e infecção, tais como limpeza e desinfecção, realizar a limpeza e desinfecção geral do ambiente, bem como ordenar à turma em causa a suspensão das aulas por uma semana, no sentido de interromper a propagação do virus entre as crianças.
Por outro lado, hoje, os Serviços de Saúde foram notificados de um caso de infecção colectiva por enterovírus ocorrido numa escola. O caso recai nas turmas K1C e K2C do Jardim de Infância da Escola Kao Ip (sucursal), sito na Rua do Monte, tendo sido infectadas 8 crianças, as quais apresentaram sintomas da Doença de Mãos, Pés e Boca. A situação clínica de todas as crianças infectadas foi ligeira e as mesmas não necessitaram de internamento hospitalar, não tendo havido qualquer caso com sintomas anormais do sistema nervoso ou outras graves complicações. Entretanto, os Serviços de Saúde estão a proceder à recolha de amostras das crianças infectadas para análise laboratorial e solicitaram ao Jardim de Infância em causa para tomar as medidas de controlo de infecção, tais como, limpeza e desinfecção geral. Os Serviços de Saúde afirmam que o período de Abril a Junho constitui o período pico de infecção por enterovírus em Macau, tendo a infecção actual de enterovírus vindo a aumentar, facto similar ao das regiões vizinhas. Até 4 de Junho, os Serviços de Saúde registaram um número total de 715 casos de infecção por enterovírus no corrente ano e, em comparação com o período homólogo do ano transacto, que foi de 349 casos, registou-se um aumento de mais de 2 vezes. Em simultâneo, registaram-se 20 casos de infecção colectiva por enterovírus, dos quais 5 foram confirmados serem causados por enterovírus 71, encontrando-se parte das amostras ainda em fase de exames.
A infecção por enterovirus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71. A infecção pelo enterovírus aparece durante o ano inteiro e a nível mundial e, geralmente, com um pico no Verão, constituindo a origem de várias doenças, incluindo as menos graves e frequentes, tais como doença de mãos, pés e boca e herpangina e, outras complicações mais graves, nomeadamente, miocardite e meningite asséptica.
Os Serviços de Saúde sublinham que a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar automaticamente. Contudo, uma parte muito reduzida pode sofrer de complicações fatais, motivo pelo qual se apela aos pais, alunos e pessoal das instituições educativas e lares para tomarem as seguintes medidas preventivas:
Medidas pessoais: Lavar as mãos: Antes de contactar a boca, o nariz e os olhos com as mãos, antes das refeições, após a utilização das instalações sanitárias, depois de manusear fraldas de crianças ou objectos sujos; Cortesia: Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir e espirrar, adoptando medidas de precaução no manuseamento das secreções nasofaríngeas; Diminuir os contactos: Evitar os lugares densamente frequentados, as multidões e os lugares pouco ventilados; Aumentar a resistência: Manter uma alimentação equilibrada e uma hidratação adequada, praticar desporto e descansar o suficiente, evitar cansar-se demasiado e não fumar para aumentar a imunidade; Recorrer de imediato ao médico: Em caso de aparecer com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, recorrer imediatamente a consulta médica, especialmente com ocorrência de sintomas graves. Medidas a aplicarem pelos estabelecimentos de ensino ou lares :
Higiene ambiental: Manter uma renovação de ar suficiente em recintos fechados, utilizando frequentemente a lixívia diluída na proporção de 1:100 para limpar os locais com os quais as crianças frequentemente têm contacto, tais como as mesas, as cadeiras, os brinquedos e as paredes até à altura de 1 metro etc.; Os doentes devem suspender a ida às aulas e a frequência de creches: Prestar atenção à situação dos elementos do pessoal e das crianças, quando aparecerem com sintomas de febre e doença da mão, pé e boca ou herpangina, devendo suspender a ida às aulas e ao trabalho; Notificação oportuna: Em caso de aparecer uma infecção colectiva com uma situação anormal entre as crianças e os elementos de pessoal, devem informar, imediatamente, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença dos Serviços de Saúde (Tel.: 2853 3525, fax: 2853 3524) e o Instituto de Acção Social ou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.