A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) divulga a estimativa preliminar da Balança de Pagamentos da RAEM do ano 2011. A Balança de Pagamentos é um registo estatístico integrado que apresenta os resultados das transacções externas entre um sistema económico e outros países e territórios do mundo. No ano de 2011 a estimativa preliminar do superavit da Balança de Pagamentos de Macau cifrou-se em 81,6 mil milhões de patacas, destacando-se entre as principais componentes: saldo positivo de 136,0 mil milhões na conta corrente; saída líquida de 1,1 mil milhões na conta capital e queda de 9,9 mil milhões dos activos financeiros líquidos não reserva. As importações de mercadorias, valorizadas em f.o.b. (franco a bordo), cresceram acentuadamente 36,0%, devido ao aumento do consumo local e das despesas dos visitantes, enquanto que as exportações de mercadorias subiram 6,3% após quatro anos consecutivos de contracção. O aumento notável das importações, conjugado com um acréscimo moderado das exportações resultou no agravamento do défice da balança comercial, que se elevou de 44,1 mil milhões de patacas em 2010 para 62,5 mil milhões em 2011. Por seu turno, o superavit na conta de serviços foi impulsionado por fortes exportações de serviços de turismo, passando de 169,7 para 235,8 mil milhões de patacas. Na conta de rendimentos, que reflecte os fluxos de rendimentos de factores transfronteiriços, a saída líquida subiu substancialmente entre 2010 e 2011, de 23,0 mil milhões de patacas para 33,0 mil milhões, subida esta que se deveu em especial ao acréscimo dos lucros auferidos por investidores directos estrangeiros em Macau. As transferências correntes, que incluem principalmente as remessas dos trabalhadores de e para Macau e os donativos recebidos/doados pelas organizações de caridade locais ao exterior, registaram uma saída líquida de 4,3 mil milhões de patacas em 2011, ou seja, menos 1,6 mil milhões do que em 2010. Com o superavit nas trocas invisíveis compensando o défice no comércio de mercadorias, assim como as saídas líquidas do factor de rendimentos e transferências correntes, o superavit em conta corrente atingiu 136,0 mil milhões de patacas, ou seja mais 39,4 mil milhões do que o superavit revisto de 96,7 mil milhões em 2010. Os fluxos da conta de capital inverteram o seu sentido, de uma entrada líquida de 200 milhões de patacas em 2010 para uma saída líquida de 1,1 mil milhões em 2011. Os activos líquidos financeiros não reserva registaram uma entrada líquida de 9,9 mil milhões em 2011, comparativamente a uma saída líquida de 10,0 mil milhões em 2010, destacando-se que a entrada líquida do investimento directo caiu bruscamente de 30,4 mil milhões em 2010 para 16,5 mil milhões em 2011. Quanto à carteira de investimentos, registou uma saída líquida de 15,1 mil milhões, substancialmente superior ao observado em 2010 (6,7 mil milhões). Ao mesmo tempo, outros investimentos passavam de uma saída de 33,7 mil milhões em 2010 para uma entrada líquida de 8,9 mil milhões em 2011, enquanto a saída líquida dos derivados financeiros crescia de 64,7 para 350,7 milhões de patacas em 2010. A conta dos activos de reserva na Balança de Pagamentos reflecte o movimento líquido dos activos de moeda estrangeira geridos pela AMCM, excepto o Fundo de Reserva da RAEM. Em 2011 os activos de reserva aumentaram 81,6 mil milhões de patacas (eliminando as variações de preços, de taxa cambial e outros ajustamentos), enquanto que em 2010 tinham subido 41,3 mil milhões. A "Balança de Pagamentos" da RAEM é elaborada de acordo com os padrões estabelecidos no "Manual da Balança de Pagamentos (5ª Edição)" editados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Estas estimativas sintéticas referentes a 2011 são preliminares e as estimativas detalhadas serão revistas e publicadas posteriormente, no relatório estatístico a divulgar em Dezembro de 2012.