O chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Alexis Tam, revelou que sob o princípio da salvaguarda da liberdade de imprensa e da autonomia editorial, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) respeita totalmente, sem quaisquer interferências, o funcionamento interno do departamento de notícias da Teledifusão de Macau (TDM). Em resposta à interpelação escrita do deputado José Pereira Coutinho, Alexis Tam, afirmou que a legislação de Macau dispõe de garantias suficientes para salvaguarda da liberdade de imprensa. O mesmo acrescentou que, nos termos do artigo 27° da Lei Básica, os residentes de Macau gozam de liberdade de expressão, imprensa e edição, e nos termos dos artigos 3°da Lei de Imprensa, os órgãos de comunicação social gozam do direito à informação (compreendendo o direito de informar, de se informar e de ser informado), enquanto o artigo 5° da mesma lei garante que os jornalistas gozem da liberdade de acesso às fontes de informação. Alexis Tam, que também é representante da RAEM na TDM, referiu que, de acordo com os dados providenciados pela Comissão Executiva da empresa, sendo a TDM uma entidade local de serviço público de radiodifusão, o seu departamento de notícias possui linhas editoriais independentes. Além disso, é feita uma análise profissional para decidir o conteúdo do noticiário diário, não existindo qualquer intervenção exterior nos trabalhos editoriais e reportagens. Explicou ainda que, para assegurar e elevar o nível de profissionalismo das notícias, os departamentos de informação dos canais em língua chinesa e em língua portuguesa, depois de consulta de opiniões de assessoria por parte de académicos da área da comunicação social, elaboraram em conjunto, no ano passado, um manual de orientações editoriais, servindo como um padrão de trabalho. O chefe do Gabinete do Chefe do Executivo revelou que o Governo da RAEM presta elevada atenção ao desenvolvimento saudável da TDM e assegura, através de diversos aspectos, nomeadamente recursos, legislação, regime e elevação do nível de profissionalismo, todo o apoio necessário, procurando impulsionar e fiscalizar o fornecimento de serviços públicos de radiodifusão de boa qualidade pela TDM. A interpelação refere que para defender a importância da liberdade de imprensa e fiscalização pública, o governo procedeu, de forma abrangente, objectiva e científica, aos trabalhos preliminares de recolha de opiniões e dados, com uma larga consulta de opiniões do sector de comunicação social e da sociedade em geral, sobre o processo de revisão das leis de Imprensa e de Radiodifusão. Quanto à criação de um eventual conselho de imprensa, tanto o sector mais directamente interessado, como o público em geral, estão de acordo que o assunto só deve ser debatido e tratado pelo próprio sector, ou seja, que a criação de uma entidade auto-reguladora da comunicação social deve ser decidida pelo próprio sector, sem a participação de representantes oficiais ou com características afins.