O primeiro Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental Macau 2008 (MIECF, na sigla inglesa), organizado pelo Governo da RAEM, em colaboração com os governos das regiões e províncias do Grande Delta do Rio das Pérolas e apoiado pelo Ministério da Protecção Ambiental da China, terminou como um encontro bem sucedido das indústrias verdes e uma sólida afirmação de parceria e cooperação internacional para a protecção do ambiente. Ao longo de três dias, participantes locais, de Hong Kong, da China Interior e de outros países tiveram a oportunidade de trocar impressões com delegados e oradores do fórum, bem como responsáveis das delegações oficiais das províncias e regiões “9+2” do Grande Delta do Rio das Pérolas. Os grupos incluíram ecologistas, industriais de renome em protecção ambiental e organizações governamentais e não-governamentais. Durante os vários painéis, 850 oradores contribuíram com as suas apresentações para uma abordagem sobre a cooperação internacional em questões ambientais, segurança energética, gestão de recursos hídricos e desenvolvimento sustentável. Em matéria de cooperação internacional, o Secretário do Ambiente de Hong Kong, Edward Yau, salientou a importância da cooperação regional e internacional para a protecção do ambiente, enquanto Alessandro Amadio, da Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO), explicou o quadro da parceria com a China sobre alterações do clima, em que a principal tarefa consiste na formulação de estratégias e plano de acção da China pós-protocolo de Quioto em conjunto com os parceiros de todo o mundo. As intervenções sobre o quadro actual e avanços na área de poupança de energia e redução de emissões de gases nas províncias de Guangdong e de Yunnan despertaram grande interesse, a par do tópico do desenvolvimento de bio combustíveis no Brasil e estudo sobre o seu implemento na China. A comunidade científica chinesa presente no encontro traduziu bem o compromisso do ideal “Thinking Green, Going Clean and Living Cool”, com destaque para a intervenção do professor Zhang Kunmin, que passou em revista a estratégia da China para a definição das linhas gerais da política de energia sustentável e o seu compromisso com o Programa Nacional sobre Alteração do Clima” Peritos de três continentes (Europa, América e Ásia) partilharam soluções sobre energia eólica, com especial destaque para as recomendações sobre “Energia Inteligente” como uma abordagem sensível de sustentabilidade para Macau, a par de sugestões de aplicação na Região Administrativa Especial para minimizar o impacto da expansão acelerada do jogo e indústrias de hospitalidade no território. “Uso Eficiente e Tratamento da Água” foi outro tema que mereceu uma atenção generalizado, com Martin Grambow, uma autoridade europeia em gestão de recursos hídricos, a apontar “o quadro da situação da água em todo o mundo como desanimador” e a ”urgência de se agir já”, em consonância com a apresentação do vice-ministro para os Recursos Hídricos da China, Hu Siyi, sobre os conceitos e mapa da via para “uma sociedade de poupança de água, como a solução mais básica e eficiente para o problema da escassez de recursos hídricos”. Indústrias verdes, cidades inteligentes e ecológicas e transportes sustentáveis para as cidades do futuro, foram também assuntos em debate como tópicos interligados, cujas soluções representam uma abordagem integrada e compreensiva para os passos ecológicos do desenvolvimento económico. A construção inteligente, outro tema dos trabalhos do fórum, foi alvo de dissertações variadas sobre o futuro das cidades e transportes sustentáveis, tais como bicicletas amigas do ambiente e o metro ligeiro na China, lado a lado como a poluição do ar e o aquecimento urbano, que estiveram sempre presentes ao longo do debate sobre a crise urbana. Entretanto, na exposição sobre protecção ambiental, que acompanhou os trabalhos de debate, mais de 2500 profissionais presentes no certame concretizaram um número assinalável de transacções comerciais e negócios para a primeira edição de um acontecimento do género, com a assinatura de muitos contratos e memorandos de intenção. Alguns dos expositores manifestaram a sua satisfação classificando o MIECF como um instrumento muito útil. Miguel Crespo, encarregado de negócios de Portugal em Macau, salientou que “o evento foi muito útil para dar a conhecer a tecnologia lusa em matéria de protecção ambiental, cuja relevância tem vindo a acentuar-se desde a adesão de Portugal à União Europeia em 1986, talvez devido à importância da indústria do turismo.” Representantes de companhias da Finlândia, Espanha e Suécia aproveitaram também o certame para dar a conhecer o que têm para oferecer a Macau e à Região do Grande Delta do Rio das Pérolas. “Construção de imagem” foi justificação unânime para a participação da maior parte das empresas na primeira edição do evento de Macau sobre protecção do ambiente, tal como referiu Kevin Kuo, da CEM, a fornecedora de energia eléctrica de Macau. Os pavilhões provinciais da região do Grande Delta do Rio das Pérolas foram uma montra de necessidades e tecnologia, bem como a oportunidade de encontro com representantes do grupo “9+2” em busca de soluções ambientais. Li Xiao Ming, da Associação das Indústrias Ambientais de Hunan, destacou o acontecimento de Macau como “uma boa plataforma para as empresas da província, em termos de potenciais clientes e intercâmbio tecnológico. As expectativas e impressões dos expositores chineses foram positivas. A Sichuan Baosheng Environmental Pollutiom Control Co. classificou a exposição como de elevada qualidade e uma boa plataforma para encontar potenciais clientes, e Lin Shunmei, subdirector do pavilhão de Fujian, destacou-a como um bom evento internacional para descobrir eventuais parceiros e fornecedores. A maioria dos participantes concordou que a primeira edição da exposição foi um êxito ao proporcionar o encontro das empresas verdes da Região do Grande delta do Rio das Pérolas com as congéneres da Europa e de Macau e o intercâmbio tecnológico. O primeiro Fórum e Exposição de Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental Macau 2008 terminou, assim, como uma base sólida para o desenvolvimento da plataforma de cooperação internacional, com uma extensiva participação e interacção entre dirigentes, responsáveis pela definição de políticas, cientistas, peritos e empresários da China e do estrangeiro, e perspectivas optimistas para o futuro do evento e concretização do ideal “Thinking Green, Going Clean and Living Cool”.